Enquanto debatemos o retorno ao escritório pós-COVID-19, uma pergunta está circulando em algumas conversas de liderança: “As pessoas realmente precisam ser co-localizadas?”
Co-localizado.
A própria palavra – estéril, gelada, impessoal – ressalta como os executivos que tomam essas decisões subestimam as dimensões profundamente humanas do local de trabalho. O que eles estão perguntando é se, em nosso futuro mundo pós-Covid, precisamos “trabalhar juntos” nos mesmos escritórios e edifícios ao mesmo tempo.
A resposta é sim.
Soluções puramente práticas podem errar o alvo
Estudo após estudo mostra que as culturas empresariais mais bem-sucedidas promovem duas coisas: segurança psicológica e envolvimento dos funcionários. Essas características culturais vão muito além da camaradagem da sala de descanso e vão muito além da confiança no local de trabalho, da produtividade e do desenvolvimento de futuros líderes.
Segurança psicológica, um termo cunhado pela professora da Harvard Business School Amy Edmondson, é o clima de uma organização em que os funcionários acreditam que podem se manifestar, assumir riscos e cometer erros sem medo de punição ou constrangimento.
Em uma atmosfera psicologicamente segura, as equipes se sentem confortáveis para discordar até que tomem as melhores decisões ou apresentem ideias inovadoras sem medo de parecer tolas.
O engajamento do funcionário reflete emoções positivas, como lealdade à empresa, orgulho no trabalho e satisfação por servir a um propósito maior juntos. Profissionais engajados sentem-se profundamente envolvidos em seu trabalho e em sua organização.
A conexão emocional com colegas de trabalho e líderes é fundamental para o engajamento dos funcionários. As pessoas costumam citar o apoio ativo de um mentor como um diferenciador significativo entre empresas que são ótimos lugares para trabalhar e aquelas que não são. Eles também dizem que ter um “melhor amigo no trabalho” os mantém envolvidos, emocionalmente engajados e profissionalmente eficazes.
As soluções precisam ser práticas e pessoais
Continuar substituindo as reuniões físicas por reuniões no Zoom e trocando mesas permanentes por espaços “temporários” tem um sentido prático. Eles, no entanto, não fazem sentido em um nível humano. Embora algumas pessoas estejam satisfeitas e até mesmo prefiram opções de trabalho remoto no curto prazo, com o tempo essas opções irão falhar tanto para o funcionário quanto para a empresa.
Sim, a produtividade permaneceu alta, pois as pessoas persistiram em meio à crise do COVID-19 e trabalhar em casa tinha as vantagens de liberdade e flexibilidade. Mas esse poço de energia emocional e participação acabará se esgotando.
O trabalho remoto de longo prazo corrói a segurança psicológica e cria desconexão emocional – o combustível da estagnação e do desligamento. Também reduzem o bem-estar individual e empresarial, um pilar da saúde e da qualidade de vida.
É difícil imaginar como os relacionamentos vão florescer sem literalmente colocar nossas cabeças juntas sobre uma pizza para resolver um problema difícil. É difícil imaginar fazer avanços significativos em direção ao pertencimento e inclusão se não podemos olhar uns nos olhos dos outros. É difícil criar laços verdadeiros como uma equipe sem trabalhar lado a lado e ainda mais desafiador integrar novos membros da equipe à distância.
As organizações existem porque as pessoas podem fazer mais coletivamente do que nós podemos fazer sozinhos. A flexibilidade é uma coisa boa. Aproveitando todo o nosso potencial – co-localizado – é como vamos prosperar.
Revisado e Traduzido por: IISP – Instituto Internacional em Segurança Psicológica