por Nick Hobson
Neste Halloween, eu me vesti como meu super-herói favorito, Ted Lasso. Trocando a capa tradicional por um bigode castanho, minha escolha de fantasia foi uma decisão fácil. E não só porque já tenho bigode, mas porque, na minha opinião, Lasso é o herói que precisamos.
Há um ano, a Apple TV+ lançou Ted Lasso, um programa sobre um técnico de futebol americano que aceita um emprego no Reino Unido treinando o time de futebol AFC Richmond. Este show se tornou um enorme sucesso com fãs e críticos, ganhando
vários prêmios Emmy e a admiração de milhões. Até William Shatner é um “Ted Head”.
O sucesso desta série pode parecer surpreendente. Olhando de fora, não há nada de extraordinário em Ted Lasso. Ele é um cara regular, meio infantil até, treinando futebol na Inglaterra. E daí?
Embora possa ser difícil identificar exatamente por que tantas pessoas são atraídas por esta série, uma coisa é certa – Ted Lasso representa o tipo de líder que nos inspira.
Ele exala seu estilo de liderança da maneira mais inusitada. Seu carisma voa sob o radar, mascarado por uma ingenuidade encantadora, embora infantil. Ainda assim, uma coisa é clara: os locais de trabalho precisam de mais líderes como Ted Lasso.
1) Grandes líderes estão dispostos a ser vulneráveis
Regra nº 1: Nunca deixe que eles vejam você suar. Se isso é algo que você diz a si mesmo, você não está sozinho. A crença de que vulnerabilidade é igual a fraqueza é generalizada e impede muitos de nós de sermos verdadeiros e autênticos no trabalho, apesar relação entre vulnerabilidade e coragem.
Assim como o resto de nós, Ted também luta com inseguranças. Quando ele sofre um ataque de pânico durante um dos jogos de sua equipe, ele se sente envergonhado, então mente sobre isso. No entanto, quando a verdade é revelada mais tarde ao público, ele não fica na defensiva ou luta para controlar a narrativa. Ele se abre para a equipe sobre seus problemas de saúde mental e pede desculpas por não ser mais direto e honesto com eles.
Nesse caso, o que diferencia Ted não é sua falta de medo, mas sua vontade de destacar suas lutas pessoais para ser transparente com sua equipe.
2) Grandes líderes estão OK em ser “o cara mau”
A maioria dos líderes quer ser apreciado por suas equipes – é a natureza humana. Não há nada inerentemente errado em lutar pela simpatia. A questão surge quando os líderes precisam ser apreciados. Se você é um desses líderes, provavelmente pode
se lembrar de inúmeras vezes em que evitou tomar uma decisão importante por causa de como achava que seria recebida. Embora isso possa permitir que você se sinta mais aceito por sua equipe, a longo prazo, você pode acabar levando seus negócios à falência.
Este é outro exemplo em que Ted se destaca. Ele está disposto a tomar decisões que acredita serem as melhores para a equipe, mesmo que isso frustre todos os outros. Quando Jamie, seu craque, se recusa a passar a bola, Ted o coloca no banco. Essa decisão irrita um estádio inteiro de torcedores, mas Ted sabia que era a coisa certa a fazer pelo bem do clube.
3) Grandes líderes veem o valor no autocuidado
Quando os líderes se concentram diretamente em apoiar e orientar sua equipe, eles tendem a negligenciar seu próprio bem-estar. É aqui que o autocuidado pode ajudar.
Ao contrário da crença popular, o autocuidado não significa ceder a todos os caprichos que o fazem feliz. Trata-se de fazer coisas que melhoram sua saúde mental e física que, em última análise, o protegem do esgotamento.
Quando a Dra. Sharon, uma psicóloga esportiva, é trazida para ajudar a equipe, Ted é inflexível em sua recusa em participar de uma sessão com ela. No entanto, à medida que sua ansiedade piora, ele finalmente se volta para ela em busca de apoio. Ao se inclinar para a terapia, Ted aprende a cuidar de si mesmo e a lidar com seus ataques de pânico, para que possa estar lá para sua equipe quando precisarem dele.
4) Grandes líderes se concentram nas intenções dos outros, não apenas em suas ações
Como líder, quando sua equipe diz ou faz algo que o frustra ou ofende, pode ser tentador levar para o lado pessoal. Por sua vez, sua reação pode desencadear uma resposta emocional no cérebro conhecida como “sequestro da amígdala”. Quando isso acontece, seu corpo entra em modo de luta ou fuga, tornando extremamente difícil tomar decisões racionais.
Ao longo do show, existem vários casos em que Ted poderia ter se ofendido, mas não foi. Isso porque um de seus pontos fortes é sua capacidade de se concentrar no motivo pelo qual as pessoas fazem o que fazem. Quando Rebeca confessa ter sabotado todos os seus movimentos, Ted não ataca ou ataca. Ele a perdoa instantaneamente porque sabe que, embora sua vida tenha sido afetada por suas ações, a intenção dela não era machucá-lo. Da mesma forma, Ted não se ofende com a má atitude de Jamie porque entende por que Jamie se comporta dessa maneira.
A capacidade de Ted de se concentrar nas intenções permite que sua equipe saiba que ele os vê por quem eles são e está comprometido em investir em seu desenvolvimento profissional e pessoal, mesmo quando cometem erros.
Imagem: Jason Sudeikis (centro) como Ted Lasso. Cortesia da Apple
Revisado e Traduzido em português por: IISP – Instituto Internacional em Segurança Psicológica (www.segurancapsicologica.com)
Fonte Original: Ted Lasso Is Reinventing Leadership and Proving That Nice Leaders Can (and Should) Finish First | Inc.com