Por Regiane Favaro
Muito se tem falado sobre segurança psicológica e tenho percebido que existe uma grande tendência de associarem a este tema a pauta de bem-estar, e saúde mental nas organizações. Mas e aí? É isso mesmo? Segurança psicológica e saúde mental tem tudo a ver mesmo?
Sim e não… vamos entender por quê?
Segurança psicológica é algo que acontece no TIME. Não pertence ao nível da ORGANIZAÇÃO e tão pouco no nível do INDIVÍDUO. A Organização pode ter uma cultura humanista, voltada ao bem-estar dos indivíduos, que cuida e valoriza seus colaboradores. Já o INDIVÍDUO, tem sua autoestima, senso de pertencimento, confiança em si e no seu líder. Mas segurança psicológica se tem no TIME!!
Segurança psicológica não é o novo nome para bem-estar emocional… não minimize um termo tão rico e tão complexo. O indivíduo não possui segurança psicológica… o indivíduo possui autoconfiança… isso não mudou de nome.
A crença compartilhada, veja bem, COMPARTILHADA, com os integrantes de uma equipe, de que o time é um lugar seguro para correr riscos interpessoais, é a definição mais acertada sobre o que é segurança psicológica.
E o que seriam esses riscos interpessoais?
Pare para pensar em quantas vezes você esteve ansioso para uma reunião, com a equipe de um projeto. Por quantas você olhou para um problema, mas não sabia como abordá-lo, ou pelo menos não queria ser a pessoa a fazê-lo. Relembre as perguntas que teve diante de um tema, e preferiu esperar os outros falarem, para não ter que se expor. E por quantas vezes você se julgou pouco capaz, porque tinha uma dúvida “básica” e que era melhor não falar dela na frente todos. Por quantas vezes você deu suas ideias e elas não foram ouvidas, ou valorizadas … e de como você se sentiu desvalorizado por isso e teve certeza de que o melhor mesmo era ficar de boca fechada na próxima reunião.
Pense em quantas vezes você foi dividir uma preocupação com as pessoas que trabalham com você e saiu com duas, e sem apoio nenhum… ou mesmo, quantas vezes você estava super empolgado para fazer parte de um projeto, mas a equipe já estava escolhida e a sua voz não foi ouvida. Rememore aí quantas vezes você “deixou pra lá” um sentimento importante sobre algo que estava sendo feito pelo grupo, por receio de não ser bem aceito, ou de pensarem que você estava remando contra… tente calcular quanto tempo você desperdiçou tentando fazer uma coisa que você tinha para quem pedir ajuda, mas não o fez para não se sentir inadequado.
Pois é… tudo isso tem a ver com a falta de segurança psicológica nos times dos quais inexoravelmente fazemos parte. Agora, imagine que todas essas situações “hipotéticas” não fizessem parte de seu dia, da sua rotina… a vida seria mais leve? Você realmente estaria gastando tempo com aquilo que chamamos de trabalho, só trabalho.
Quanto tempo você tem gastado com aquilo que não é trabalho? Burocracia, dúvidas, angústias e procrastinação fazem parte do seu dia?
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Artigo escrito por nossa aluna certificada, extraído do Linkedin