por Elabore Estratégia – 4 minutos para ler
Da esquerda para direita: Lourenço Bustani, Veruska Galvão, Graziela Merlina, Patricia Ansarah, Iris Barbosa, Conselheira na ABRH-SP e Paulo Chapchap / Foto: Divulgação
1º Summit Internacional de Segurança Psicológica abordou como as relações estabelecidas no ambiente corporativo podem impactar diferentes esferas e como é possível estabelecer dinâmicas mais saudáveis. Evento estará disponível online no site do Instituto Internacional em Segurança Psicológica
“Acredito que todos os dilemas que estamos vivendo hoje vêm de uma crise de consciência. Perdemos a conexão com o planeta – o que resultou na emergência climática; com o outro – e temos aqui a escalada da violência; e com nós mesmos – vide as questões de saúde mental”.
A frase dita por Lourenço Bustani, cofundador da consultoria de inovação Mandalah, deu o tom de algumas das pautas que permearam o 1º Summit Internacional de Segurança Psicológica, maior evento sobre o tema na América Latina. Quase 500 pessoas acompanharam os mais de 40 palestrantes, entre eles nomes nacionais e internacionais e o lançamento de duas obras, cuja primeira edição se esgotou no próprio evento, mostrando a alta demanda por conteúdo e ferramentas que levem e disseminem a segurança psicológica – termo cunhado pela Dra Amy Edmondson no início dos anos 90 e difundido pelo Google no chamado Projeto Aristóteles – nas mais diversas corporações.
O evento, promovido pelo Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP), única instituição autorizada e capacitada internacionalmente para conceder a certificação em Segurança Psicológica a profissionais e empresas no Brasil e em todos os demais países de língua portuguesa, abordou temas sensíveis como a busca individual do propósito, a dissonância entre o discurso e a prática, tanto por parte de profissionais como das empresas, a mudança de rota profissional, as relações de poder e a resistência às mudanças, vulnerabilidade, autenticidade, Burnout, saúde mental, e a necessidade urgente de transformação da forma de operar nas companhias, visando a manutenção dos negócios, inovação e prosperidade, ao mesmo tempo em que se protege as pessoas e o planeta.
“Vivemos uma era de alta conectividade nas telas e baixa conectividade interpessoal. Como disse Bustani, perdemos a conexão com o planeta, e estamos vivenciando essas catástrofes climáticas de forma frequente, a escalada de violência em todas as partes e nos lares e o aumento exponencial de questões relacionadas à saúde mental, inclusive culminando em tragédias, como o que temos visto nos noticiários nos últimos dias”, avalia Patrícia Ansarah, fundadora do IISP. “O Summit trouxe à tona todas essas questões para que os profissionais pudessem sair do evento munidos de ferramentas e com um norte sobre como começar a conduzir a transformação dentro das empresas onde trabalham. Os desafios são inúmeros, mas a segurança psicológica vem ajudar a ‘paramentar’ os profissionais para realizarem a mudança. E eles também tomam consciência de que é um processo, nada vai acontecer da noite para o dia”, completa Veruska Galvão, também fundadora do IISP.
Uma das falas bastante aplaudidas no evento foi a do médico Paulo Chapchap, Conselheiro Estratégico do Negócio de Hospitais e Oncologia da Dasa e presidente do Conselho de Administração do Instituto Todos pela Saúde, do Itaú Unibanco. Chapchap destacou o paradoxo de ver médicos excelentes cuidarem tão bem de seus pacientes e não dispensarem o mesmo cuidado com as pessoas de suas equipes. “Esse desencontro sempre me chocou. Não conseguia entender como algo assim poderia ocorrer num ambiente de cuidado. Com o tempo, me dediquei a desenvolver estruturas de compliance e acolhimento para evitar o assédio moral”.
Em sua palestra sobre “Liderança Executiva”, o escritor e mentor Marco Fabossi reforçou a importância da confiança nas relações de trabalho. “Nós não controlamos as pessoas. Nós nos relacionamos com elas. E é por isso que a confiança é fundamental. Confiança é como o ar que respiramos: quando está presente, ninguém percebe, mas quando falta, todos sofrem”.
A jornalista Izabella Camargo, por sua vez, falou sobre o processo de Burnout, que classifica como “ausência de si mesmo”. Izabella teve um Burnout enquanto era apresentadora de um telejornal e ao buscar reequilibrar sua saúde, mudou sua trajetória profissional. “A segurança psicológica é uma nova língua que todos precisam falar”, disse ela, que ainda fez uma correlação entre os equipamentos de proteção individual, usados em algumas atividades profissionais e a segurança psicológica. “A segurança psicológica nos ajudará a construir os EPIS da saúde mental”.
Livros
Durante o Summit, o IISP lançou o livro “Livre para falar – Como a segurança psicológica pode ser a principal alavanca para garantir a sustentabilidade do seu negócio”, uma coletânea de textos de 22 especialistas sobre como utilizar o conceito de segurança psicológica para ter times mais engajados, colaborativos, inovadores, ágeis e flexíveis. A obra aborda O que é a segurança psicológica; Como ela é fundamental para times de sucesso; Como estimular a alta performance a partir da SP; Os cinco pilares para implementação em seu time e Como a liderança tem papel primordial nessa nova dinâmica de trabalho.
Também foi lançada a obra “A inteligência oculta dos times – Construindo conexões como uma questão de liderança”, de Peter Cauwelier, PhD em Aprendizagem e Inovação de times. O livro traz ferramentas para identificar e intensificar o potencial de um time e desenvolver equipes de alta performance de forma sustentável ao longo do tempo. Peter também é autor de “The Untapped Team Advantage: Building Team Connections as a Leadership Choice” e “Optimizing the Power of Action Learning: Real-Time Strategies for Developing Leaders, Building Teams and Transforming Organizations”.
Os dois livros estarão disponíveis para venda no site do Instituto, assim como toda a gravação do evento. O endereço é www.segurancapsicologica.com.